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Dor no braço que esconde outro problema…

Recebi uma paciente que vinha de um outro colega de profissão.

Tinha sido tratada para um problema de tonturas grave e entretanto desenvolveu uma dor severa no ombro esquerdo.

A dor era tão forte que não o conseguia elevar até à cabeça nem levar a mão às costas. Como é natural recorreu ao mesmo colega que, infelizmente não a conseguiu ajudar.

Como a filha é minha amiga de longa data, a paciente veio ver-me.

O ombro

A paciente apresentava dor sobre todo o ombro e não conseguia mexer o braço. Veio um pouco desconfiada (creio apenas ter vindo por insistência da filha).

Fiz a avaliação do problema e passei então ao tratamento distal.

Tratamento

Após identificado o problema, coloquei as agulhas e segundos depois, pedi à paciente para mover o braço.

Foi com espanto que a paciente relatou estar substancialmente melhor. Já não sentia dor a mover o braço e conseguia executar todos os seus movimentos.
A partir daquele momento a paciente já estava no gabinete com mais vontade…

O regresso

A paciente só iria voltar cerca de 3 semanas depois. As melhorias foram efectivamente muito grandes no primeiro tratamento e a paciente decidiu nesta altura que devia fazer alguns tratamentos seguidos para consolidar o problema.

Um problema há muito presente

Ao revê-la, tive a oportunidade de aprofundar o meu conhecimento da paciente. Vim a descobrir que sofria de Insónia há muitos anos. Esta patologia, muito negligenciada, é das mais terrifícas pois é uma porta para inúmeras doenças a médio e longo prazo.

Propus à paciente que enquanto estivesse presente para tratar o ombro, de tentar abordar este problema crónico. A paciente anuiu pelo que começamos então esta fase de tratamento.

Foram feitos cerca de 7 tratamentos semanais

Enquanto o ombro se apresentava progressivamente normalizado a Insónia respondeu de forma diferente. A paciente verificou que a cada dia de tratamento dormia efectivamente melhor, mas foi apenas a partir do 4º que começou a relatar o seu sono normalizado.

Sono

Corrigir o sono pode ser bastante desafiante pois é o resultado de muitos acontecimentos; hábitos, gestão emocional, alimentação, estímulos, etc… Contudo a Medicina Chinesa pode ajudar muito nestes processos sendo, por vezes determinante na sua correcção. Se sofre de Insónia não adie mais, corrija o quanto antes esse problema pois o Sono é um dos pilares da sua saúde.

Insónia

Insónia, menopausa e outras queixas…

A acupunctura é conhecida para o tratamento de muitas queixas, principalmente quando relacionadas com a dor. Mas na realidade a Acupunctura trata também muitas patologias que não se manifestam através da dor, como é o exemplo da Insónia.

A Insónia é um problema que afecta muitos portugueses. Não se sabe ao certo quantos, mas acredita-se que cerca de 60% apresentem problemas de sono, 20% não adormecem com facilidade… Portugal pertencem aos países da Europa onde menos se dorme

A Insónia está relacionada com o envelhecimento precoce, com distúrbios de memória, com alterações comportamentais, diminuição do rendimento no trabalho… Raramente esta é levada a sério a não ser que seja realmente incapacitante.

Por estas razões e por outras é muito importante tratar este sério problema.

Mas o que é a insónia?

Simplificando, a insónia é a incapacidade em adormecer com facilidade e manter-se no sono pelo tempo necessário

Quais as causas da insónia?

A grande causa oficial é o Stress. O dia a dia que levamos e a forma como lidamos com ele está, na grande maioria dos casos, na base das insónias. Mas há também situações articulares como; a dor, a perda de um ente querido, Parkinson, alzheimer, depressão, e outras doenças.

Como tratar?

Pela via da medicina ocidental existem diferentes respostas, desde a farmacologia à psicoterapia.

A insónia pode também ter um tratamento acompanhado pela acupunctura. A acupunctura tem efeitos extraordinários no tratamento do Stress e Ansiedade, bem como directamente no tratamento da insónia.

A acupunctura é portanto uma boa técnica à qual se deve recorrer quando a Insónia aparece.

CASO CLÍNICO

Recentemente recebi uma paciente que se encontrava com alguns problemas. Há uns meses fraturou a clavícula e desde então fez cirurgia e tem estado na fisioterapia. Mas não é isto que a trás cá. Embora ainda sofra com algumas dores, a fisioterapia está a fazer bem o seu trabalho e por isso não há necessidade da acupunctura intervir. A sua principal queixa é sentir-se depressiva. Isto acontece desde que apareceu a menopausa, pois com ela surgiram também muitas outras alterações, nomeadamente a Insónia.

Desde que a menopausa surgiu, a Marta deixou de conseguir dormir (acorda muitas vezes e também tem dificuldade em dormir), sofre de afrontamentos e psiquicamente não se sente bem.

Esta depressão surgiu pela primeira vez quando perdeu a sua mãe, agora foi a menopausa a trazer de novo esta instabilidade emocional.

Uma vez que a menopausa fez aparecer a esmagadora maioria dos sintomas que a Marta apresentava, o tratamento focou-se sobretudo no equilíbrio do sistema hormonal que muito sofre nesta fase.

Após o segundo tratamento a Marta já se sentia melhor. O sono já era outro, a transpiração havia diminuído, até as suas dores de costas que havia apresentado na primeira consulta atenuaram. Ainda é cedo para termos certezas quanto ao aspecto depressivo, mas o facto do Sono melhorar, em muito contribui para conseguir ultrapassar o aspecto depressivo.

Quando se trata a raíz do problema

Antes de apresentar o caso gostava de aproveitar para falar um pouco sobre a Medicina Chinesa. Oriunda da China, , a medicina chinesa é holística.

Isto quer dizer que o ser humano é não só um todo, como uma parte integrante do meio que o envolve.

Na prática quer dizer que o(s) mal/es que pode/m afectar uma pessoa tem relação com todo o ser mas também com todos os factores externos que se relacionam com o mesmo.

Então é relevante saber o estado geral da pessoa. Por mais descabido que possa parecer, este revela o seu estado actual podendo revelar a origem da sua queixa. Para além do seu estado geral, é importante conhecer o meio envolvente. O trabalho (pode revelar esforços em excesso, stress, medo, etc), relação familiar (dá muitas indicações sobre o estado mental/emocional da pessoa), o local onde vive (região húmida, isolada, urbana, etc).

Na análise tudo é importante e nada deve ser desvalorizado. Compreender a vida da pessoa e como esta SE RELACIONA com os outros é determinante para elaborar um tratamento profundo e completo

Passemos ao caso…

Há umas semanas atrás recebi uma paciente que vinha bastante desanimada.

Na casa dos 50 anos, dizia estar tudo mal. Veio ver-me pois andava a ser tratada perto de mim através da fisioterapia para o seu problema no pescoço. Já há mais de 1 mês que se vinha tratando sem que os tratamentos mostrassem qualquer eficácia.

Mas o seu desânimo não se devia a isso. É que a paciente sofria de muitas coisas; dor no pescoço, insónia, dor temporomandibular (região do maxilar), tendinite no cotovelo, gastrite crónica, cansaço e depressão crónica

Depois de ter partilhado os seus problemas, tentei desdramatizar. Disse-lhe que na realidade não tinha muitos problemas, apenas um desequilíbrio geral, que estava a provocar todos estes sintomas. Tentei passar-lhe algum alento pois todos estes problemas deitavam-na ainda mais abaixo. Culpava a idade como principal factor para todo este desconforto. Mas a idade não é sinal de doença, é fundamental entender isso!

Vamos aos sintomas que afectavam a paciente:

  • Dor crónica no pescoço, há 4 anos, devido a hérnias cervicais
  • Epicondilite nos dois cotovelos
  • Dormência na mão esquerda, dedo anelar e mínimo
  • Varizes nas pernas
  • Sensação de frio nos joelhos até aos pés
  • Insónia
  • Cansaço
  • Gastrite crónica
  • Hipertensão arterial
  • Depressão

Aparentemente existem muitos sintomas que são distintos, mas para a medicina chinesa tudo se relaciona…

A paciente disse-me de antemão que apenas poderia fazer um tratamento por semana.

Comecei então o tratamento.

Quando vi a paciente na segunda sessão, a esta relatou melhorias substanciais em todo o corpo. Todos os sintomas sofreram alteração!!!

Ao fim de 4 sessões os próprios fisioterapeutas verificaram uma alteração substancial no pescoço. Já a paciente relatou inúmeras melhorias: Sem dor no pescoço, sono regular, menos dor no estômago, menos dor nos cotovelos, menos cansaço…

Pode parecer milagre, mas não. Na realidade quando o corpo caminha na direcção do seu equilíbrio os sintomas começam a regredir até, eventualmente, desaparecerem…

Rafael Laballe