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Quando se trata a raíz do problema

Antes de apresentar o caso gostava de aproveitar para falar um pouco sobre a Medicina Chinesa. Oriunda da China, , a medicina chinesa é holística.

Isto quer dizer que o ser humano é não só um todo, como uma parte integrante do meio que o envolve.

Na prática quer dizer que o(s) mal/es que pode/m afectar uma pessoa tem relação com todo o ser mas também com todos os factores externos que se relacionam com o mesmo.

Então é relevante saber o estado geral da pessoa. Por mais descabido que possa parecer, este revela o seu estado actual podendo revelar a origem da sua queixa. Para além do seu estado geral, é importante conhecer o meio envolvente. O trabalho (pode revelar esforços em excesso, stress, medo, etc), relação familiar (dá muitas indicações sobre o estado mental/emocional da pessoa), o local onde vive (região húmida, isolada, urbana, etc).

Na análise tudo é importante e nada deve ser desvalorizado. Compreender a vida da pessoa e como esta SE RELACIONA com os outros é determinante para elaborar um tratamento profundo e completo

Passemos ao caso…

Há umas semanas atrás recebi uma paciente que vinha bastante desanimada.

Na casa dos 50 anos, dizia estar tudo mal. Veio ver-me pois andava a ser tratada perto de mim através da fisioterapia para o seu problema no pescoço. Já há mais de 1 mês que se vinha tratando sem que os tratamentos mostrassem qualquer eficácia.

Mas o seu desânimo não se devia a isso. É que a paciente sofria de muitas coisas; dor no pescoço, insónia, dor temporomandibular (região do maxilar), tendinite no cotovelo, gastrite crónica, cansaço e depressão crónica

Depois de ter partilhado os seus problemas, tentei desdramatizar. Disse-lhe que na realidade não tinha muitos problemas, apenas um desequilíbrio geral, que estava a provocar todos estes sintomas. Tentei passar-lhe algum alento pois todos estes problemas deitavam-na ainda mais abaixo. Culpava a idade como principal factor para todo este desconforto. Mas a idade não é sinal de doença, é fundamental entender isso!

Vamos aos sintomas que afectavam a paciente:

  • Dor crónica no pescoço, há 4 anos, devido a hérnias cervicais
  • Epicondilite nos dois cotovelos
  • Dormência na mão esquerda, dedo anelar e mínimo
  • Varizes nas pernas
  • Sensação de frio nos joelhos até aos pés
  • Insónia
  • Cansaço
  • Gastrite crónica
  • Hipertensão arterial
  • Depressão

Aparentemente existem muitos sintomas que são distintos, mas para a medicina chinesa tudo se relaciona…

A paciente disse-me de antemão que apenas poderia fazer um tratamento por semana.

Comecei então o tratamento.

Quando vi a paciente na segunda sessão, a esta relatou melhorias substanciais em todo o corpo. Todos os sintomas sofreram alteração!!!

Ao fim de 4 sessões os próprios fisioterapeutas verificaram uma alteração substancial no pescoço. Já a paciente relatou inúmeras melhorias: Sem dor no pescoço, sono regular, menos dor no estômago, menos dor nos cotovelos, menos cansaço…

Pode parecer milagre, mas não. Na realidade quando o corpo caminha na direcção do seu equilíbrio os sintomas começam a regredir até, eventualmente, desaparecerem…

Rafael Laballe

Depressão

A Joana* veio visitar-me devido a várias queixas. Aquela que mais valorizei foi a sua depressão.

A Joana já sofre de depressão há vários meses. Após uma situação emocional complicada, começou com vontade de se isolar sentindo-se também desmotivada, triste e revoltada com o que havia acontecido. Pior, é que a Joana já teve pensamentos suicidas.

Mas na realidade, quando veio ter comigo, a paciente relevou primeiro as suas dores físicas, o pé, o cotovelo, as dores de cabeça, e até um dor no polegar que a chateia há muito tempo.

Foi depois de alguma conversa que consegui entender o que se passava ao nível psicológico. Tive a felicidade da Joana me confiar a sua dificuldade, podendo assim tentar ajudá-la com mais facilidade.

Tive o cuidado de dizer que no seu caso é fundamental que seja acompanhada por um psicólogo, pois a acupunctura pode não ser suficiente. Espero tê-la convencido, embora tenha demonstrado alguma resistência nessa ideia.

Propus-me ajudá-la, e foi então que iniciamos o tratamento.

Como é hábito na prática clinica dos acupunctores, muitos dos pacientes que vêm até nós pela primeira vez, têm medo das agulhas. A Joana sofria do mesmo mal.

Ao iniciar o tratamento tive também de ter isso em conta, e a Joana rapidamente perdeu o medo (após as primeiras agulhas) que tinha do desconhecido.

Tentei desde o início tratar TUDO. A depressão é fundamental, uma vez que a Joana já tem pensamentos suicidas, isso não pode continuar!

Por outro lado a depressão é um tratamento de longa duração e não podia também adiar as suas dores, que a afectam diariamente…

Após fazer o diagnóstico iniciamos o tratamento.

O primeiro tratamento correu bem, a Joana sentiu-se confortável durante todo o tratamento, embora um pouco desconfiada. No final estava mais descontraída e agendamos para a semana seguinte.

Na semana seguinte voltei a receber a Joana no meu gabinete. Ao vê-la o seu sorriso era diferente, a sua face estava mais aliviada e leve. Estava evidentemente bem disposta.

Quando perguntei, “então como passou a semana, sente-se melhor?”, a Joana respondeu: “melhorei de tudo embora uma ou outra dor tenha voltado há um dois dias, e senti uma coisa que já não sentia há muito tempo. após o tratamento senti uma alegria imensa dentro de mim

O tratamento continuou no sentido de consolidar as melhorias e tentar ajudar a Joana a ultrapassar esta fase difícil.

É extraordinário o que a acupunctura pode fazer. Na realidade o tratamento visa equilibrar o corpo, desta forma a pessoa sente-se melhor. Não apenas fisicamente bem como também do ponto de vista mental. Quando o corpo está mais forte, a pessoa tem mais capacidade para lidar com as adversidades…

“Não podemos nunca esquecer, que no caso da depressão é determinante procurar apoio psicológico. É na sinergia terapêutica que todos ganhamos e sobretudo, os pacientes”

*nome fictício

Depressão, o tratamento da Joana

Rafael Laballe

Epicondilite – Tendinite do tenista

A epicondilite é uma tendinite muito comum nos dias de hoje. Em geralmente as tendinites surgem devido a movimentos muito repetitivos. Por ser muito comum nos tenistas, é também conhecida como tendinite do tenista.

O facto de estar constantemente a repetir o mesmo movimento, faz com que o tendão comece a inflamar na zona próxima da sua inserção.

É por isso fundamental, alterar hábitos para que este problema possa regredir e desaparecer.

A acupunctura é muito eficaz do tratamento das tendinites pois a sua acção anti-inflamatória é extraordinária.

Alguns sintomas da epicondilite:

  • Dor sempre que se estira ou contrai o braço e, sobretudo, quando se levantam pesos
  • Possível dormência pelo braço até à mão
  • Possível dor irradiante pelo braço

CASO CLÍNICO

Uma paciente veio até ao meu gabinete sofrendo de uma epicondilite há já vários meses. A dor ocorria sempre que movia o braço e havia grande sensibilidade ao toque na região afectada. Foi feito tratamento de acupunctura distal e ao mesmo tempo pedi à paciente que movesse o braço para testar a dor. A melhoria foi instantânea. Continuei a colocação de agulhas, no final do tratamento a dor e desconforto tinha baixado em cerca de 50%.

Foram efectuados mais 3 tratamentos para resolver o caso.

 

Quando a tendinite aparece, é fundamental não ignorar o que sente e ir logo tratar-se. A tendinite tende a instalar-se e a desenvolver-se, retirando qualidade de vida às pessoas que dela sofrem.

Rafael Laballe