São muitos os problemas que podem afectar o ombro. Este é um caso de uma paciente que sofreu uma ruptura do supra-espinhoso (músculo “rasgado”), uma lesão muito comum.
Quando vi a paciente ela não podia mexer o braço e tinha muita dor. Na altura não tinha sequer um diagnóstico efectuado.
Encontrava-se assim há algumas semanas e decidiu então visitar-me.
Começamos então o tratamento usando acupunctura distal associada a técnicas de micropunctura.
Os resultados foram impressionantes pois a paciente saiu sem qualquer dor e com a mobilidade completa do ombro!
Quando a paciente voltou para o tratamento seguinte, apresentava os mesmos sintomas, dor e pouca mobilidade no braço. Voltei a repetir o tratamento e ela voltou a sair sem dor e com mobilidade.
Passaram-se mais alguns tratamentos e tudo continuou igual. Aconselhei a paciente a fazer um exame ao ombro para tirar algumas dúvidas.
Durante o tratamento, a micropunctura indicava sinais de uma lesão mais importante. O facto da paciente voltar sempre com os mesmos sintomas foi também um forte alerta.
A falibilidade dos exames
A paciente fez uma ecografia e quando veio ter comigo disse-me que não tinham detetado nada.
Achei muito estranho este resultado e disse logo na altura que embora devêssemos confiar no exame havia uma forte possibilidade deste não ter sido bem executado.
Repetimos o tratamento mais algumas vezes até que decidi parar pois os resultados não estavam a ser satisfatórios.
É certo que a paciente já se apresentava melhor, mas ainda com dor e limitação.
Semanas mais tarde teve a possibilidade de me dizer que voltou a fazer uma ecografia a pedido do médico e que lhe tinha sido diagnosticado uma ruptura do supra-espinhoso (músculo situado nas costas na região superior da homoplata). Esta lesão tinha cerca de 2cm, e por isso apresentava tantas dificuldades.
Conclusão
Este não é um caso de sucesso, como não são todos. Este é mais um caso que demonstra por um lado, a capacidade da acupunctura em retirar a dor, por outro a sua limitação quando as lesões estruturais são muita grandes.
Contudo devo dizer que este poderia ser também um caso de sucesso se o tratamento tivesse persistido. Neste tipo de problemas a acupunctura suporta o corpo na regeneração possível e, sobretudo, no tempo em que o corpo encontra compensações para substituir um músculo que deixou de ser funcional.
O final foi de qualquer forma feliz porque a paciente continuou o acompanhamento na fisioterapia e acabou por estabilizar o seu problema ao final de uns meses.
Decidiu fazê-lo na fisioterapia e não na minha clínica por razões económicas pois a prática de acupunctura continua a enfrentar este desafio económico