Há dias recebi uma que sofre de depressão crónica. Seguida há vários anos pela psiquiatria, psicologia e medicina geral, decidiu vir visitar-me pois os medicamentos não a estavam a resolver o seu problema.
“à beira de um esgotamento”
Esta paciente perdeu o marido há menos de 1 ano e por isso o sofrimento tem sido ainda maior. Nesta fase da sua vida encontrava-se “à beira de um esgotamento” dizia ela.
Sintomas
Quando veio ter comigo sentia-se extremamente ansiosa, com desconforto no peito, sono difícil. Sentia medo de sair à rua, era-lhe difícil atravessar uma estrada. Sentia falta de decisão e sentia medo de tudo o que se estava a passar à sua volta
A Adelina* já se sentia tão alterada que não conseguia acompanhar as conversas e o ruído fazia-lhe confusão. O seu raciocinio estava confuso e por vezes não confiava na sua memória por não ter a certeza se o que pensava era real ou se havia sonhado.
Mas o que é que a medicina chinesa poderá fazer nestas situações poderão perguntar. A medicina chinesa, sobretudo quando todas as modalidades são integradas, intervém nos mais diversos aspectos do nosso corpo. A sua acção não se limita a tratar a dor, mas também a muitos problemas do foro interno e também psíquico.
Tratamento
Neste caso a estratégia usada foi a acupunctura. A acupunctura intervém a níveis muito profundos do organismo sendo extremamente útil no tratamento de problemas psíquicos.
Numa primeira fase, começamos o tratamento fazendo duas sessões semanais.
- Após cerca de 3 sessões a Adelina já sentia algumas alterações.
- À 5ª sessão já se sentia francamente melhor. Menos ansiedade, sono regulado e menos medo. As tonturas não tinham voltado e já se conseguia concentrar mais e conversar.
A partir desse momento começamos a definir uma nova estratégia de tratamento. Diminuir o número de sessões por semana para 1ª. Nessa mesma altura comecei a ensinar a Dona Adelina uma forma de respirar que a iria ajudar a manter-se estabilizada. Sugeri também que prestasse especial atenção à região do peito no dia a dia para perceber qual a sensação que ali existia (é uma forma simples de medir o seu nível de stress). Foi nesse momento que disse algo que me marcou.
“Rafael, se lhe dissesse como estava quando vim e como estou agora…”
Não tinha noção da dimensão das suas melhorias. No caso da Adelina, os medicamentos não estavam a a ser suficientes. Através da acupunctura conseguiu encontrar o equilíbrio que precisava para se voltar a sentir bem.
A Medicina Chinesa não substitui os tratamentos convencionais.
A Medicina Chinesa não faz milagres!
Mas a Medicina Chinesa intervém a diversos níveis no corpo e pode fazer a diferença em muitas situações
*nome fictício